IABR Nacional

Nas últimas quarenta e oito horas, o Brasil assistiu, mais uma vez, ao horror imposto ao povo pobre e negro das favelas. A chacina ocorrida no Complexo do Alemão, sob o governo Cláudio Castro, revela o aprofundamento de uma política de morte que trata vidas periféricas como descartáveis, legitimando a violência estatal como instrumento de controle social.

Não estamos diante de “operações de segurança pública”. Estamos diante de uma lógica militarizada de extermínio que flerta abertamente com práticas fascistas: desumanização, suspensão de direitos, criminalização coletiva e a imposição do terror como norma. O Estado escolhe quem vive e quem morre — e, historicamente, a sentença recai sempre sobre o mesmo território, o mesmo fenótipo, as mesmas classes.

A barbárie não é doméstica: ela se articula com interesses externos. Ganha força a perigosa narrativa importada de Washington que associa tráfico a terrorismo, tese alavancada para justificar incursões militares e ingerências imperialistas na América do Sul. Ao emprestar essa retórica, setores do Estado brasileiro colaboram com a construção ideológica que visa abrir caminho à intervenção sobre países como Venezuela e Colômbia, sob o falso pretexto da “guerra ao terror”.

É preciso dizer com clareza: transformar conflitos sociais em cenário de guerra e submeter territórios populares a um regime de exceção permanente é projeto político. E esse projeto tem nome — fascismo em sua versão tropical, fardada, higienista e servil ao interesse yankee.

O capítulo Brasil da Internacional Antifascista rechaça essa chacina, repudia a militarização da vida, repudia o laboratório colonial em que desejam converter nossas favelas. Nenhuma democracia resiste quando o Estado mata seu próprio povo com método, propaganda e impunidade.

Pelo direito à vida, pela soberania dos povos da América Latina e pelo fim da política do extermínio.

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Brasil, 31 de outubro de 2025
Secretaria Operativa
Capítulo Brasil
Internacional Antifascista.